SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

EMPOBRECIMENTO

Mesmo com inflação, salário médio de contratação com carteira assinada cai em um ano

O empobrecimento da população brasileira no último período aparece a cada dado social divulgado. Nesta sexta-feira, 16, levantamento feito pelo portal G1 com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostra que, mesmo nos empregos com carteira assinada, o salário médio de contratação caiu no último ano.

Em julho de 2021, o salário médio de contratação era de R$ 1.982,55 pagos; em julho de 2022, o valor passou para R$ 1.926,54, com redução de 2,82%. Isso em um contexto no qual a inflação, em especial a dos alimentos, não para de crescer.

A queda salarial, nesse caso, refere-se apenas a trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada. Os brasileiros e brasileiras que trabalham de maneira informal, sem direitos, vem batendo recordes: já são quase 40 milhões, 39,8% da população ocupada. Nesses casos, os salários e ganhos são ainda mais baixos.

Quem já está empregado também tem perda real

No caso de quem já está empregado, os dados vêm demonstrando que as perdas inflacionárias não estão, na maioria das vezes, sendo cobertas. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 43,4% dos acordos salariais realizados em 2022 resultaram em reajustes abaixo da inflação, contra apenas 21,4% nos quais os trabalhadores obtiveram reajustes maiores. Ainda, reajustes iguais à inflação representaram 35,2% dos acordos. A variação real média dos reajustes, no acumulado do ano até junho, é de -0,80%.

Pobreza em alta

Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional mostram que a fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos: de 9,4% em 2020 para 18,1% este ano. O problema da fome vem se generalizando no país no último período. Conforme o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, em 2022, 33,1 milhões de brasileiros e brasileiras não têm o que comer. No Rio Grande do Sul, 14,1% dos domicílios registram insegurança alimentar grave, ou seja, fome.