Mais de 3 mil pessoas saíram às ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, na tarde desse sábado, 9, na Marcha contra a Fome, a Miséria e o Desemprego. A mobilização foi organizada pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares. O Sintrajufe/RS participou da atividade, representado pelos diretores Fabrício Loguércio e Marcelo Carlini.
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A concentração ocorreu no Largo Glênio Peres, que foi tomado por trabalhadores, trabalhadoras, estudantes, moradores e moradoras da periferia, que abriram faixas e cartazes para protestar contra a carestia e a volta do Brasil ao mapa da fome. Ao microfone, dirigentes defenderam a necessidade da unidade da classe trabalhadora para enfrentar e derrotar Bolsonaro e o sua base de apoio no Congresso. Depois das primeiras falas, teve início por volta das 15h, a caminhada, que subiu a avenida Borges de Medeiros, entrou na rua José do Patrocínio e terminou no Largo Zumbi dos Palmares, palco tradicional de encerramento das marchas democráticas e populares na capital gaúcha. O som das batidas nas panelas vazias era intenso, sinalizando para a população a falta de comida no prato.
Em meio aos panelaços, os manifestantes puxaram palavras de ordem como “o arroz tá caro, o feijão tá caro, o povo organizado vai tirar o Bolsonaro”. Também alertavam para a disparada dos preços dos alimentos, dos combustíveis, do gás de cozinha e da energia elétrica: “Tudo muito caro, a culpa é do Bolsonaro” dizia a frase estampada na faixa de abertura de marcha.

Violência contra quem protesta contra a fome
Reproduzindo ações de intolerância que têm sido vistas em outros atos pelo país, ovos foram arremessados contra os manifestantes de um prédio na avenida Borges de Medeiros, um deles atingindo a fotógrafa do Sul21 Luiza Castro.
O diretor do Sintrajufe/RS Fabrício Loguércio, que participou do ato, afirma que a mobilização foi importante “para protestar contra um governo que colocou o Brasil de volta no mapa da fome. Enquanto se cobra propina em ouro para acessar os recursos da Educação básica, os preços do arroz, do feijão, do óleo de cozinha, etc., não param de subir. O salário mínimo perdeu valor de compra nos últimos quatro anos, o desemprego e os subempregos estão em patamares altíssimos. Não podemos assistir a essa tragédia calados”, completa.
Marcelo Carlini, que também acompanhou a atividade, lembra que “Bolsonaro estrangulou o orçamento da educação e da saúde, cortou o orçamento das universidades, privatizou a Eletrobras e tenta liquidar a Petrobras. Os acordos salariais estão, na sua maioria abaixo da inflação. A falta de dinheiro chegou na casa daqueles que tem emprego e carteira assinada. De modo eleitoreiro Bolsonaro agora tenta usar o desespero de milhões de brasileiros que passam fome para permanecer no Planalto, mas o povo não é bobo, sabe que a falta de comida no prato tem um responsável”
