SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MARIELLE FRANCO

Já são três anos e a pergunta segue: quem mandou matar Marielle Franco?

Em março de 2018, quando voltava para casa após mediar um debate com jovens negras na Lapa, no Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco, do Psol, foi alvo de um atentado. Um carro emparelhou com o dela e, de dentro dele, foram disparados 13 tiros, matando Marielle e o motorista, Anderson Gomes. No último domingo, 14, completaram-se três anos do assassinato de Marielle e Anderson, mas a pergunta continua: quem mandou matar Marielle Franco

Até agora, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou os ex policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como os assassinos de Marielle e de Anderson. Lessa e Queiroz estão presos nas penitenciárias federais de Campo Grande e de Porto Velho e vão a júri popular, ainda não marcado. De acordo com a denúncia, o crime teve “motivo torpe, interligado a abjeta repulsa e reação à atuação política de Marielle na defesa de suas causas”. Ou seja: o objetivo foi silenciar as lutas de Marielle.

A apuração sobre a existência de mandantes do assassinato corre em sigilo. No final de 2019, o Jornal Nacional noticiou que, no dia da morte de Marielle, os dois acusados se reuniram no condomínio onde um deles, Ronnie Lessa, mora. Trata-se do mesmo condomínio onde moram Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ocorreu em um momento no qual o país já vivia sob o golpe de Michel Temer, sob a intervenção militar no Rio de Janeiro e sob um avanço dos setores reacionários na sociedade. A tentativa de calar Marielle, porém, reforçou a necessidade das lutas pela democracia e pelas pautas que a vereadora defendia, notadamente os direitos humanos. Mobilizações ocorreram em todo o Brasil e em diversos lugares do mundo exigindo justiça para Marielle. Porém, poucos meses depois, Bolsonaro foi eleito presidente, o cerco à democracia e à liberdade passou a fechar-se mais a cada dia e, três anos depois, os mandantes do assassinato seguem impunes.