SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

O ANO AINDA NÃO ACABOU

Guedes afirma que governo “não conseguiu” dar reajuste de salário a servidores neste ano e vincula reposição à aprovação da reforma administrativa

O prazo para encaminhar uma proposta da reposição salarial que seja aplicada ainda neste ano não acabou, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nessa quinta-feira, 9, que o governo “não conseguiu” dar reajuste aos servidores federais. Esse é mais um capítulo da novela de desinformações com que o governo Bolsonaro vem agindo em relação à exigência de reposição salarial do funcionalismo.

Guedes deu a declaração ao participar, por videoconferência, de Brasília, da 2ª edição do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De Los Angeles (EUA), para onde viajou para a Cúpula das Américas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também participou do evento.

Desde o início de 2022, ano eleitoral, Bolsonaro só falou de modo mais assertivo sobre reajuste quando se tratou da área de segurança, onde acredita ter boa base de apoio. No mais, foram diversas versões, como reajuste linear de 5%, reajuste apenas no vale-alimentação (deixando fora aposentados e aposentadas).


Reforma administrativa continua no radar de Guedes

Em meio à grande crise econômica, com as altas taxas de desemprego e de informalidade e a disparada da inflação, Paulo Guedes aproveitou para vincular um eventual futuro reajuste ao desmonte do serviço público a partir daquela que é uma de suas principais propostas, a reforma administrativa. “O governo federal não conseguiu dar aumento de salários […] Logo ali na frente, vai ter aumento para todo mundo, vamos fazer reforma administrativa”, declarou Guedes.

Aumentou em 57,4% o número de pessoas que passam fome no Brasil. Só entre dezembro de 2020 e abril de 2022, aumentou de 19 milhões para 33,1 milhões o total de pessoas com fome no país governado por Jair Bolsonaro (PL). São pessoas que precisam, cada vez mais, dos serviços públicos. Em vez de fazer a sua parte, com propostas concretas de combate à fome e retomada do emprego, o governo defende a precarização do trabalho e pede “ajuda” aos empresários. Bolsonaro já havia “pedido” que houvesse redução da margem de lucro de produtos da cesta básica. Em sua fala, Paulo Guedes pediu que empresários da cadeia de abastecimento alimentar deem “um freio na alta de preços” para segurar a inflação do país. Falou para que uma nova tabela de valores seja atualizada só em 2023, ou seja, está de olho apenas nas eleições.

Com a PEC 32/2020, de reforma administrativa, o governo pretende desmantelar os serviços públicos e passar para a iniciativa privada atividades que são obrigação do Estado, como as das áreas de saúde e educação. A privatização passa também por grandes estatais, como a Petrobras e a Eletrobrás, as quais o governo Bolsonaro quer passar para os empresários ainda neste ano.

Calendário de luta pela reposição salarial:
15 de junho – Assembleias de base/atos em frente aos prédios. Colocação de faixas, reforçando a mobilização pela revisão salarial. Rebater a posição do governo federal e cobrar de Fux, inclusive pela preocupação exclusiva que o ministro tem manifestado com os quinquênios da magistratura.
21 e 22 de junho – Caravana do Sintrajufe/RS para manifestações em Brasília pela revisão salarial, com foco no STF, cobrando do presidente do Supremo o envio de projeto de recomposição das perdas da categoria, que com a previsão inflacionária de 2022, já chegariam a 30,66%. Pressão que será feita também pelo meio virtual.  
Julho – Atividades diversas (pressão por e-mail, envio de oficios dos sindicatos pelo Brasil cobrando os ministros do STF) e assembleias para aprovação do “estado de greve” da categoria, com indicação de paralisação em 3 de agosto.
3 de agosto – Apagão do Judiciário e do Ministério Público da União, com indicativo de paralisação pela recomposição das perdas. Cobrança para que STF e PGR enviem ao Congresso projeto de reposição para 2023.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: G1 e Poder 360