SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Governo federal quer entregar ao Haiti quase o dobro de testes que enviou ao RS; no dia 25, Sintrajufe/RS realiza live sobre combate à  pandemia e vacinação

Governo federal quer entregar ao Haiti quase o dobro de testes que enviou ao RS; no dia 25, Sintrajufe/RS realiza live sobre combate à pandemia e vacinação

Sem um verdadeiro plano nacional de testagem ou de vacinação, os brasileiros e as brasileiras vão perdendo a oportunidade de enfrentar com ações públicas a pandemia e de mitigar os efeitos da crise sanitária. Como o Sintrajufe/RS já denunciou, o Brasil tem milhões de testes de Covid-19 vencendo ou prestes a vencer. Agora, noticia-se que 1 milhão deles poderão ser doados ao Haiti “ quase o dobro do que foi enviado pelo governo federal ao Rio Grande do Sul, por exemplo.

O Haiti é a primeira república negra do mundo e o primeiro paí­s do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. Em 2010, foi ví­tima de um terremoto que deixou milhares de mortos. Entretanto, a maior tragédia que aquele paí­s sofreu foram as sucessivas ocupações de potências estrangeiras e golpes de Estado que jogaram sua população na miséria. A ação do governo federal, contudo, não é motivada pela solidariedade entre os povos, mas pela tentativa de empurrar testes que perderam ou estão prestes a perder a validade por ação do próprio governo.

Em novembro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Ministério da Saúde estava estocando 7,1 milhões de testes, e a maior parte (96%) teria de ser jogada fora de dezembro a janeiro, pois perderia a validade. Após a publicação da notí­cia, o governo recorreu à Anvisa, que deu aval para a fabricante estender o prazo de vencimento por mais 4 meses. Desde então, 2,1 milhões de exames foram entregues. Ou seja, há 5 milhões de testes sendo perdidos pelos brasileiros.

Uma polí­tica nacional de testagem seria um dos fatores determinantes para subsidiar o combate à pandemia. Porém, em nenhum momento, mesmo após quase um ano da chegada da crise sanitária ao Brasil, o governo trabalhou com essa perspectiva. Pelo contrário: minimizou a pandemia, estimulou o uso de medicamentos sem comprovação cientí­fica e não protegeu a população. O resultado são mais de 230 mil mortes. Nos Estados Unidos, onde a polí­tica do ex-presidente Donald Trump assemelhou-se à  aplicada por Jair Bolsonaro no Brasil, cerca de 40% das mortes poderiam ter sido evitadas se a resposta do governo não fosse inepta e ineficiente , conforme estudo da revista cientí­fica Lancet, recém publicado.

Neste momento, juntamente com a testagem, a construção de uma polí­tica nacional de vacinação gratuita e pelo SUS para todos e todas é uma urgência para salvar as vidas de brasileiros e brasileiras. E esse é outro problema: conforme o Sintrajufe/RS publicou nesta semana, no ritmo atual o Brasil vai chegar a 2024 com apenas 70% da população imunizada.

No dia 25, Sintrajufe/RS realiza live Minha vacina chega quando?

Para debater esse tema fundamental, no dia 25 de janeiro o Sintrajufe/RS realiza a live Minha vacina chega quando? . Será às 18h30min, pelo canal do Sintrajufe/RS no Youtube e pelo Facebook, tendo como painelista o médico e ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina Neto. A live também contará com a participação de outros dois debatedores. Estarão presentes a médica infectologista, diretora do Sindicato dos Médicos de SP e da CUT/SP, Juliana Salles; e do médico especialista em saúde pública e integrante da assessoria de saúde do Sintrajufe/RS, Geraldo de Azevedo e Souza Filho.

Veja AQUI todas as informações sobre a atividade.