SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

VANDALISMO

Golpistas depredaram um item do STF a cada oito segundos, em um total de 576 peças

golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em 8 de janeiro, mostra um ritmo alucinante de destruição do patrimônio público. É o que revela reportagem publicada pela Folha de São Paulo na última sexta-feira, 3. Durante pouco mais de uma hora de invasão, os vândalos atingiram ao menos um item do prédio a cada oito segundos.

A área técnica do tribunal elencou 576 objetos danificados ou destruí­dos, entre obras de arte, móveis e equipamentos de informática, de acordo com documento produzido pela corte e obtido pela Folha. A relação é considerada ainda parcial. Uma viatura também foi arruinada. O Toyota Hilux é o único bem que estava assegurado, no valor de R$ 94.980, mostra o documento. Os prejuí­zos totais apurados até agora no STF chegam a R$ 5.923.000. A invasão começou por volta das 15h30, e o prédio só foi retomado às 16h40.

Imagens do local mostram a depredação do plenário, golpistas de verde e amarelo usando uma mangueira de incêndio para atingir obras de arte e tentativas de incendiar cadeiras e a sala da presidência. As vidraças danificadas não entraram no inventário da destruição. A direção do tribunal comunicou no documento que finalizará em 30 dias o levantamento, uma vez que houve atenção intensificada na reconstrução do plenário para a abertura do ano do Judiciário, em evento realizado no dia 1º de fevereiro.

O rastro de vandalismo atingiu quatro vasos de porcelana, sendo três chineses; duas cadeiras e uma mesa Luis 16 e duas cadeiras no estilo neomanuelino datadas de 1920. A escultura em pedra vulcânica Dois Magistrados (1960), de Remo Bernucci, também foi desmantelada. O saldo de estragos inclui 233 monitores de computador, 48 aparelhos telefônicos, 22 impressoras, 18 câmeras, 16 teclados, 10 scanners, 5 microcomputadores e 2 fornos micro-ondas. Também foram identificadas 43 cadeiras e 32 pedestais danificados, além de outros itens como ventiladores, umidificador de ar e mesas de madeira e mármore.

No documento, assinado no último dia 27 pelo diretor-geral do STF, Miguel Piazzi, o funcionário disse que, devido à invasão, foram múltiplos e severos os danos causados ao edifí­cio-sede do STF e aos bens móveis nele acautelados, muitos dos quais de simbologia í­mpar e elevado valor histórico . Além disso, informou que o tribunal possui sistema de segurança e vigilância eletrônica que armazena, de forma segura, os dados monitorados .

Imagens do circuito interno do STF mostram que muitos golpistas estavam com máscaras e luvas e ignoraram as bombas de gás e de pimenta lançadas pela Polí­cia Judicial. Após a invasão, a segurança se concentrou em proteger o subsolo do Supremo e os prédios anexos, onde ficam os gabinetes dos ministros e outros setores administrativos do tribunal. É possí­vel ver pelas imagens a Polí­cia Militar do Distrito Federal cedendo passagem a manifestantes que invadiram a sede da Corte e incapaz de repelir a depredação dos principais setores do prédio.

Os golpistas também vandalizaram o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Todos ficam na praça dos Três Poderes, em Brasí­lia. O prédio do STF só foi retomado após a ajuda de reforços do Comando de Operações Táticas (COT), unidade tática de elite da Polí­cia Federal, e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do DF.

Os peritos da Polí­cia Federal precisaram trabalhar ao longo de três dias para lidar com a destruição no Supremo. No plenário, os ví­deos mostram a depredação dos assentos dos ministros, do público e do local onde acontecem os julgamentos. Pouco após a invasão, câmeras internas do prédio também foram quebradas.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: Fenajufe