Circula nesta semana nas redes sociais mais um vídeo no qual trabalhadores e trabalhadoras são pressionados a votar em candidatos escolhidos pelos donos das empresas que trabalham. O vídeo que denuncia o caso foi gravado na a unidade da Imetame Metalmecânica, de Aracruz, Espírito Santo.
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Na gravação, o gerente diz para os funcionários para não reclamarem no dia que ficarem sem emprego, caso votem no candidato que “diz absurdos com relação às famílias e a quem empreende”. “Assuntos absurdos com relação às famílias, assuntos absurdos com relação a quem empreende, contra quem tem a coragem de fazer o que nós fazemos e que é estar aqui investindo, sempre para gerar emprego. Quando você vê pessoas falando coisas negativas de quem faz realmente esse país ir pra frente, e você ainda tem coragem de votar nessas pessoas, no futuro você não vai poder reclamar. No dia que você não tiver mais emprego, você não vai poder reclamar, porque você escolheu”, diz o gerente da unidade no vídeo que vazou.
O ocorrido está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) do Espírito Santo, que já notificou a empresa Imetame Metalmecânica. O MPT recomendou que a empresa “se abstenha imediatamente de ameaçar, constranger ou orientar seus trabalhadores a votarem ou não votarem em determinado candidato”, além de organizar uma reunião para pedir desculpas para os trabalhadores e esclarecer que assédio eleitoral é crime. A Imetame deve comprovar que cumpriu as recomendações em até 72 horas após receber a notificação. Em nota, o MPT disse não descartar mais medidas: “O MP do Trabalho dará andamento ao inquérito civil e decidirá sobre o ajuizamento de eventual Ação Civil Pública com vistas à reparação do dano imensurável causado pelo empregador e sua conduta”, diz o texto.
Em resposta a questionamento do portal Uol, a empresa disse que o “único pedido foi para que as pessoas tenham serenidade no momento de realizar a escolha de seu candidato” e lamentou que a gravação tenha sido feita – não que tenha havido coação eleitoral por parte de um gerente contra os trabalhadores.
Empresária da soja disse para “demitir sem dó” trabalhador que vota em Lula
Poucos dias atrás, caso semelhante ocorreu na Bahia: empresária Roseli Vitória Martelli D’Agostini Lins, sócia da empresa Imbuia Agropecuária LTDA, que produz soja, divulgou recentemente um vídeo nas redes sociais estimulando outros empresários a demitirem trabalhadores e trabalhadoras que forem votar no ex-presidente Lula (PT) nas eleições de outubro. O caso da empresária repercutiu nas redes sociais nas últimas semanas. Em seus perfis, ela publicou o vídeo no qual é clara: “Eu queria falar algo para os nossos agricultores: façam um levantamento, quem vai votar no Lula e demitam. Demitam sem dó”. E foi além: “Nós, agricultores, temos que tomar posição. E não venham me dizer ‘ah, não, tem que [respeitar] o direito’. Não é direito, é questão de sobrevivência”.
Assédio eleitoral é crime! Veja orientações das centrais sindicais
Em meio a crescentes denúncias de coação e assédio eleitoral, nove centrais sindicais produziram e estão divulgando um folheto sobre o tema, explicando que a prática é um crime previsto na legislação brasileira e dando informações sobre como e onde os trabalhadores e as trabalhadoras podem denunciar. A orientação principal é que esses casos devem ser levados aos sindicatos que representam o trabalhador ou a trabalhadora, de forma que a entidade possa atuar no combate ao problema.
Veja abaixo ou faça AQUI o download do panfleto.
boletim-coacao-eleitoral-e-crime-entidades-web-1Com informações do portal Uol e da Revista Fórum.