SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SAÚDE DAS MULHERES

Em roda de conversa, Sintrajufe/RS e outras entidades debateram câncer de mama e menopausa

Nessa terça-feira, o Sintrajufe/RS e outras entidades parceiras realizaram uma roda de conversa para debater câncer de mama e menopausa. A atividade teve como mote A cada 4 mulheres que tiverem câncer, uma terá câncer de mama. Todas as mulheres passarão pela menopausa ao chegarem à idade madura. Você já pensou sobre isso? e aconteceu com um formato de bate-papo, esclarecendo dúvidas das participantes a partir de intervenções de uma especialista convidada.

A convidada foi Lisiane Dossin Miotti, médica ginecologista, obstetra, mastologista, especialista em tratamento de câncer de mama e em menopausa. A diretora do Sintrajufe/RS Ana Naiara Malavolta representou o sindicato na atividade e fez a mediação da roda de conversa.

Em sua fala inicial, Miotti apresentou uma retrospectiva dos tratamentos para o câncer de mama para chegar na discussão sobre a reposição hormonal na menopausa, tida como um tabu por conta de estudos que vincularam essa reposição com o aumento de casos de câncer de mama. A especialista pontuou que esse tabu deixou as pesquisas nesse sentido estagnadas por muito tempo, mas que é necessário resgatar essas discussões para tratar adequadamente as mulheres. A hormonioterapia, defendeu Miotti, pode ser uma importante aliada para melhorar a qualidade de vida das mulheres na menopausa.

A médica apontou que o câncer de mama é uma doença bastante comum1 em cada oito mulheres no mundo que viverem até os 80 anos terão câncer de mama, representando 12,5% da população femininae que a causa genética não é predominante, sendo responsável por cerca de 25% dos casos. Os demais são causados por questões como alimentação, tabagismo, álcool em excesso, sedentarismo e obesidade. Ela também destacou que esses são riscos modificáveis, evitáveis, e que a reposição hormonal não é um fator tão importante quanto eles, a menos que haja fatores de risco aumentados, o que deve ser avaliado com ginecologista. Além disso, explicou que o câncer de mama identificado no iní­cio é uma doença completamente diferente de quando é diagnosticado em fases mais avançadas, com as chances de cura no primeiro caso chegando a 95%. Por isso, o diagnóstico precoce e os cuidados com os riscos modificáveis são tão importantes.

A médica também ressaltou os efeitos nocivos de estigmas e falta de informação sobre a vida das mulheres pretas, usando dados da população afro-americana, destacando que a medicina ainda deve muito a esSa população em termos de dados e estudos sobre os efeitos da doença nas mulheres negras, mas trouxe informações relevantes já levantadas também nesse aspecto especí­fico. Veja no ví­deo da conversa, disponí­vel, aqui:

As participantes realizaram diversas falas ao longo do debate, trazendo questões como a necessidade de não naturalizar a falta de cuidados com as mulheres, a importância de debater temas como esses e ouvir as mulheres em todas as idades, assim como os recortes raciais e sociais, fundamentais para que se dê conta das diferentes realidades das mulheres.

O debate foi organizado pelo Sintrajufe/RS, pelo SindBancários/POA, pelo SindiBancários Litoral Norte, pela Fetrafi, pelo Sindiágua, pelo Semapi/RS e pelo Sindipetro/RS e integrou a programação da Jornada Feminista Plurissindical.

Assista abaixo a í­ntegra da atividade:


Leia abaixo alguns depoimentos sobre o evento:

Lisiane Dossin Miotti, médica

Amei participar dessa Roda de Diálogo com essas mulheres fortes e maravilhosas que estão no lugar certo e na hora certa para fazer muito por muitas mulheres e para nos dar voz e ação!

Falamos sobre câncer de mama, sobre menopausa e sobre as faltas que percebemos na atenção especial para as mulheres negras e LGBTQIA. Foi uma conversa solta com discussões importantes e questionamentos muito pertinentes sobre questões da saúde da mulher e principalmente sobre a mulher madura. Falamos sobre prevenção de doenças e auto-cuidado. Que tenha sido a primeira de muitas conversas deliciosas que teremos. Sou muito grata pelo convite e pela oportunidade de levar a boa palavra a muitas mulheres do RS.

Naiara Malavolta – Diretora do Sintrajufe/RS

Grande oportunidade de falarmos sobre temas que são da maior importância para nós mulheres. Importante ressaltarmos que a prevenção começa quando nos preocupamos com estes assuntos antes deles nos atingirem. A incidência de câncer de mama acomete um número significativo de mulheres, aumentando as chances de convivermos com alguém que terá esta doença.

Ana Cruz – Diretora do Sindiágua e da Secretaria de Mulheres da CUT/RS

A Jornada Feminista Plurissindical, trouxe um tema importantí­ssimo para a saúde das mulheres – câncer de mama e menopausa, Drª. Lisiane Miotti desmitificou o assunto na Roda de Conversa com as mulheres sindicalistas e convidadas e convidados.

Deise Menezes – Sindicato dos Bancários do Litoral Norte RS

A Jornada Feminista está de parabéns, vem protagonizando um papel fundamental para as mulheres, desmistificando tabus e formando e consciencializando as mulheres.

Goreti Soares – Diretora da Pasta de Saúde e Segurança do Trabalhador do Sindiágua/RS

Nossa Roda de Conversas foi maravilhosa. Momento de muitos esclarecimentos e quebras de tabu.