SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CULTURA

Em perí­odo de Feira do Livro, Sintrajufe/RS promove sessão de autógrafos de A pedra e a flor

Na tarde de domingo, 6, o Sintrajufe/RS realizou sessão de autógrafos do livro A pedra e a flor , com textos dos vencedores da 18ª edição do Concurso Literário Mario Quintana e das oficinas de escrita criativa e poesia do sindicato. O livro conta com a participação de 45 escritores e escritoras.

A atividade ocorreu no Espaço Força e Luz, no Centro de Porto Alegre, próximo da Praça da Alfândega, onde está sendo realizada a Feira do Livro. Foram distribuí­dos mais de 300 exemplares no evento. Além de familiares e amigos dos autores e das autoras, colegas da categoria e pessoas que estavam em visita ao Espaço Força e Luz também compareceram para prestigiar o evento e garantir seu exemplar.

De acordo com Caio Riter, escritor, oficineiro do Sintrajufe/RS e organizador do livro, o nome A pedra e a flor tem a seguinte inspiração: Faz uso de duas imagens da escrita propostas por autores consagrados, como Mia Couto, Saramago, Cabral e Drummond. A pedra corresponde ao material bruto, que moldado, se tornará belo e sensí­vel como uma flor. Escrever é tirar da pedra, plagiando Michelangelo, tudo o que não é flor . Para Caio, incentivar a criação literária e a leitura é sempre importante. E isso percebo nas ações do Sintrajufe/RS ao possibilitar que a palavra literária não apenas circule entre os associados, mas também possa ir ao encontro da sociedade como um todo . O escritor afirma que o retorno ao lançamento presencial do livro é tudo de bom. Poder ver a expectativa do autógrafo nos olhos dos escritores e escritoras e nos olhares dos leitores enche o momento de alegrias e de afetos. Bendito o que semeia livros, já cantou o poeta. E o Sintrajufe/RS tem feito isso exemplarmente .

O escritor e músico Ronald Augusto, oficineiro de poesia do Sintrajufe/RS, avalia que o livro reforça uma tradição do Sintrajufe/RS de prestigiar a literatura, a criação artí­stica , não só promovendo as oficinas culturais, mas também materializando, nas publicações, a produção das oficinas e a que vem sendo feita no Brasil contemporaneamente, com a realização do Concurso Literário Mario Quintana. Ele elogiou a edição, afirmando que o livro está bem realizado, um belo trabalho , com um formato atraente , comportando a quantidade e a qualidade da produção. Outro aspecto apontado por Ronald foi a sessão de autógrafos, evento muito bacana, de reencontro , em que, conta, ele encontrou alguns alunos os quais só conhecia virtualmente, pois as oficinas estão se realizando em formato online, além de pessoas que participaram das Conversas sobre Filosofia Polí­tica promovidas neste ano pelo sindicato.

Momento de encontro para autores e autoras

Com a pandemia, as oficinas de cultura do Sintrajufe/RS passaram a ser oferecidas em formato online. Muitos dos autores e autoras presentes à sessão de autógrafos só se conheciam pela tela do computador ou celular; no domingo, o momento foi também de encontros e abraços.

O formato online foi o que possibilitou que Léla Mayer, vice-presidente da Associação Gaúcha de Escritores (AGES), residente em Santa Cruz, se inscrevesse na oficina de escrita criativa, em 2021. Ela escreve há dez anos, principalmente livros infantis, e, durante cinco anos, assinou uma crônica semanal em um jornal. Com a oficina, passou a dedicar-se aos contos. Ela falou que ver pela primeira vez, presencialmente, várias pessoas que já se tornaram amigas, dos encontros semanais na oficina, foi emocionante: a gente quer abraçar e também havia a emoção de encontrar leitores e leitoras, pois, opina, cada autógrafo é uma troca de carinho . Léla elogiou a edição do livro, muito bem cuidada , e ressaltou que o livro fí­sico é sempre um tesão para quem é escritor, é nossa obra de arte . Para ela, são importantes iniciativas como as do Sintrajufe/RS: é uma preocupação, um cuidado integral com o ser humano , pensando na saúde mental, fí­sica e polí­tica .

Diretora de base e servidora da Justiça Federal de Rio Grande, Rejane Sacco dos Anjos conta que escrevia na adolescência, mas foi uma que ficou lá na minha vida estudantil . Durante a pandemia, instigada pela também servidora Maria Serafim Mondin, matriculou-se nas oficinas de escrita criativa, onde é colega de Léla, e na de poesia: agora não paro mais . Rejane diz que as atividades são maravilhosas , o que é reforçado pela relação com turma excelente , uma oportunidade de conhecer pessoas de diferentes lugares, pois o online propiciou a participação de quem está morando em outros estados e até no exterior. A colega participa da antologia com um poema e elogia a condução do oficineiro Ronald Augusto, aberta, democrática, mas firme, o que nos ajuda muito . Para ela, escrever e mostrar a produção ao grupo, ser corrigida, questionada, foi difí­cil no começo, pois tu abres tua alma , mas o resultado é libertador , um exercí­cio de humildade.

O colega aposentado do TRT4 Sadi Pierozan participa há bastante tempo da oficina de escrita criativa e diz que a experiência é absolutamente fantástica . Ele diz que as pessoas que participam são muito criativas e o professor, bárbaro . Sobre o retorno da sessão de autógrafos, com tantas pessoas presentes, o colega se disse surpreso, muito feliz; não esperava que a recepção fosse tanta . Para ele, esse tipo de iniciativa transcende a vivência sindical , o que é muito bom , pois as pessoas têm múltiplas caraterí­sticas; a atividade sindical é uma delas, e é preciso exercitar e explorar outros aspectos .

Há cerca de cinco anos, a colega aposentada do TRF4 Lourdes Helena da Rosa começou a frequentar a oficina de escrita criativa. Ela conta que desde jovem escreve divagações , mas que, com a oficina, passou a gostar mais e se dedicar à ficção. A colega explica que seu processo criativo é bem livre, não tem um horário fixo para escrever, a inspiração pode vir de uma cena de filme, uma música ou experiências vividas e observadas . Lourdes entende as oficinas como uma ajuda para que mais pessoas tenham acesso à cultura: gosto desse papel do sindicato , de promover conhecimento, discussões que vão além das questões especí­ficas da categoria.

Foi demais a troca, é importante conhecer os leitores , comentou a jornalista e escritora Katia Moscone na sessão de autógrafos. Ela conheceu as oficinas culturais por meio do marido, que é servidor da Justiça Eleitoral. Katia escreve prosa há mais de dez anos e matriculou-se na oficina de poesia como um desafio , perguntando a si mesma será que consigo? . E a resposta foi sim! . Entre os pontos positivos de participar da oficina, a escritora destaca a relação com os e as colegas, a troca com outros autores e autoras e a experiência de mostrar os textos, discutir, algo megadifí­cil .
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