É mentiroso ou não sabe no que votou? Deputado do Novo ataca sindicatos e diz que outdoors da vergonha" são fake news

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) na última sexta-feira, 8, postou em suas redes sociais, um vídeo no qual reclama dos outdoors que o Sintrajufe/RS e outros sindicatos afixaram em todo o estado para denunciar os parlamentares que votaram a favor da reforma administrativa (PEC 32/2020) nas comissões da Câmara, entre os quais o próprio Marcel. O deputado diz no vídeo que o outdoor traz fake news . Ou mente, ou não sabe no que votou.

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Os outdoors da vergonha são uma ação de sindicatos organizados na Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul e denunciam os deputados que votaram contra os serviços públicos na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e na comissão especial. São alvo da campanha os deputados Alceu Moreira (MDB), Giovani Cherini (PL), Marcel Van Hattem (Novo) e Marcelo Moraes (PTB). Ao lado de uma foto e do nome do deputado, o texto diz: Vergonha: voto pelo fim dos concursos, votou pelo apadrinhamento dos cabos eleitorais e a privatização da saúde e educação . Os outdoors foram espalhados em todo o estado do Rio Grande do Sul.

Fake news? Entenda os pontos denunciados nos outdoors

A seguir, o Sintrajufe/RS esclarece ponto a ponto as denúncias elencadas nos outdoors:

Fim dos concursos públicos

A PEC 32 cria a possibilidade de contratos temporários com duração de até dez anos. Esses contratados e contratadas não terão direito a FGTS, receberão remunerações variáveis, possivelmente abaixo das dos servidores e servidoras concursados. O resultado será a institucionalização da terceirização, simplificando os meios de ingresso e estabelecendo, inclusive, a possibilidade de convênios. Essas formas de contratação nada mais são que jeitos de burlar a contratação por concursos públicos, feitos de maneira transparente.

Apadrinhamento e cabide de emprego para cabos eleitorais

O fim dos concursos públicos e a entrada nos serviços públicos via contratos temporários é, justamente, a porta de entrada para os apadrinhamentos. Cabos eleitorais poderão ser recompensados com a contratação como temporários que ficarão até dez anos responsáveis por serviços públicos dos quais a população precisa para garantir seus direitos mais básicos.

Privatização da saúde e educação

A PEC 32 inclui na Constituição o artigo 37-A. Ele pretende disciplinar parcerias entre a administração pública e entes públicos ou privados que com ela se relacionem , inclusive com o compartilhamento de estrutura física e a utilização de recursos humanos de particulares, com ou sem contrapartida financeira . Na prática, esse artigo permite a privatização dos serviços públicos sem que sejam necessários os procedimentos tradicionais para privatizações. O setor privado poderá atuar diretamente na prestação dos serviços públicos, inclusive utilizando as estruturas públicas. Esta prática é a porta aberta para a corrupção, como inúmeros casos já denunciados, onde verdadeiras quadrilhas se apropriaram de hospitais e postos de saúde.

Envie mensagens a deputados e deputadas do RS e pressione contra a PEC 32!

Se você não enviou, envie. Se já fez, envie novamente. A luta contra a PEC 32/2020 precisa ser intensificada, pois a proposta pode ser votada no plenário da Câmara em outubro. Para aprovação, o governo precisa de 308 votos (três quintos) e vai fazer de tudo para conseguir.

O futuro dos serviços públicos e os direitos da população e dos servidores e servidoras está ameaçado pela reforma administrativa (PEC 32/2020) de Guedes e Bolsonaro. Por isso, vamos aumentar a mobilização. A pressão sobre deputados e deputadas tem que ser total. Mande mensagens por WhatsApp e e-mail, comente nas redes sociais deles. Com nossa mobilização, podemos derrotar essa proposta.