A jornalista e dirigente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo Solange Santana foi agredida por um homem durante atividade de mobilização na semana passada, na cidade de Santos. Ela levou uma rasteira e teve escoriações no braço e no joelho enquanto convocava trabalhadores e trabalhadoras para as manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) marcadas para o domingo, 1º de maio.
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Em entrevista à Revista Fórum, Solange relatou o ocorrido: “Estamos na véspera do 1º de Maio e fizemos uma atividade organizada pela CUT-Baixada Santista para falar da luta por direitos, pela democracia, pelo ‘Fora Bolsonaro’, por todo esse estado de coisas que estamos vivendo atualmente no país, com agressões contra jornalistas, inclusive, promovidas pelo discurso de ódio do Bolsonaro”. Na avaliação da jornalista e sindicalista, é justamente o discurso de ódio do presidente que funcionou como um dos “propulsores” desse episódio.
“Nós estávamos em frente a um supermercado, no Jardim Rádio Clube, Zona Noroeste, distribuindo material, falando das questões do país. Uma pessoa chegou perto de uma companheira nossa, professora veterana, e começou a ofendê-la, chamando de ‘vagabunda’ e ‘bandida’”, relatou. “Não satisfeito, essa pessoa veio na nossa direção, querendo nitidamente provocar, me provocando diretamente. Eu estava com o celular na mão, por questão de segurança. Nas manifestações eu deixo na mão, para esse tipo de coisa mesmo. Truculento, ele me ameaçou. Esperou eu me virar para ter a condição de passar uma rasteira em mim. Caí no chão e quase bati com a cabeça”, relembrou Solange.
Depois do ato de violência, pessoas que estavam próximas reagiram contra o agressor. “Para evitarmos que houvesse uma situação dramática, acionamos a polícia para que a coisa fosse resolvida como deve ser. É um crime o que ele fez. Temos que buscar a punição para quem age dessa maneira. Foi isso que fizemos. Fomos à delegacia com os companheiros, fiz o boletim de ocorrência”, contou Solange.
O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo divulgou nota denunciando o ocorrido. Conforme o texto, Carlos Amado, dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), também foi agredido, além de agressões verbais e ameaças a outros sindicalistas. “Infelizmente, tais casos não são isolados e são consequência direta do discurso de ódio destilado por Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que vê na figura do jornalista um inimigo”, diz a nota, antes de completar: “O ódio não vencerá! Viva a classe trabalhadora e viva o 1º de Maio!”.
O Sintrajufe/RS expressa sua solidariedade a Solange e ao Sindicato dos Jornalistas de SP.
Com informações da Revista Fórum e do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.