O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem se empenhado pessoalmente para agilizar votações das chamadas pautas econômicas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), principalmente a reforma administrativa (PEC 32/2020). A comissão é presidida pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).
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O principal foco de preocupação de Lira é tratar com pressa a reforma administrativa (PEC 32/2020). A proposta pode acabar com os serviços públicos, com a estabilidade e com concursos públicos.
Com o intuito de acelerar a tramitação da PEC, Lira era contrário à realização das audiências públicas para a debater o tema, defendida por Kicis, o que mostra falta de consenso na base governista quanto à tramitação, mas não quanto à aprovação da reforma. A deputada diz que votará a constitucionalidade da reforma administrativa entre os dias 10 e 14 de maio.
Kicis é uma ferrenha defensora de Jair Bolsonaro e suas políticas, mas, na visão de outros governistas, perde o foco com discussões que não são tão urgentes para a pauta de governo e empresários.
O governo tem pressa em votar porque sabe que a crise sanitária e social pode abalar sua base de apoio. O Brasil ultrapassou 400 mil mortes por Covid-19, o desemprego e o emprego precário atingem boa parte da população adulta do país. A crise se avoluma e dificulta que Bolsonaro e Paulo Guedes consigam cumprir os acordos que fizeram com grandes empresários e bancos: privatizações e fim do serviço público.