O “toma lá, dá cá” entre o Congresso e o governo Bolsonaro (PSL) já começou. Segundo matéria do jornal O Globo, as tratativas do chamado “centrão” (PP, PSDB, PR, PRB, DEM e Solidariedade) incluem cifras milionárias: R$ 7,5 milhões em obras e repasses federais para os deputados recém eleitos e R$ 10 milhões para os reeleitos. As negociações envolvem também nomeações no segundo e no terceiro escalão. Já a bancada ruralista exige a manutenção dos subsídios que Paulo Guedes quer retirar.
Ao cobrar um “preço” para aprovar a reforma, esses deputados brincam com a vida dos brasileiros, a ponto de vender direitos imprescindíveis dos trabalhadores por interesse pessoal, o que é incompatível com a função democrática do Congresso.
Por outro lado, a reforma de Bolsonaro, capitaneada por Guedes, serve aos interesses de poucos, em especial bancos e grandes empresas, que só tendem a ganhar caso o reforma seja aprovada. Vale lembrar que a proposta prevê, entre outros absurdos, regime de capitalização, que é considerado um desastre no Chile, onde foi implantado, inclusive com desvios de recursos por parte das empresas.
As tratativas já vêm ocorrendo antes mesmo de Bolsonaro ir ao Congresso entregar a proposta, no dia 20 de fevereiro. Após o DEM negociar três ministérios com o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do mesmo partido, foi a público garantir que a reforma é prioridade e será votada ainda neste semestre. Maia também mostrou desprezo e desconhecimento sobre a realidade brasileira ao declarar que “todo mundo consegue trabalhar hoje até 80, 75 anos”.
A reforma
A proposta de Emenda à Constituição nº 6/2019 é ainda mais dura para os trabalhadores do que a proposta de reforma da Previdência de Michel Temer (MDB). Apesar de Bolsonaro ter criticado a reforma da Previdência de Temer durante a campanha eleitoral, enviou ao Congresso uma proposta de reforma com as mesmas idades mínimas para aposentadoria da proposta de Temer: 62 anos para as mulheres e 65 anos para homens. Além disso, estabelece regra de transição de apenas 12 anos, enquanto a proposta de Temer era de 20 anos, tornando ainda mais pesada a reforma para o conjunto dos trabalhadores brasileiros. Confira em matéria do sindicato os pontos da reforma que atingem os servidores públicos.
Plenária de mobilização nesta quarta, 27
O Sintrajufe/RS convoca a categoria para plenária de mobilização do Fórum Gaúcho em Defesa da Previdência, nesta quarta-feira, 27. A plenária tem início às 18h, no auditório do Cpers (avenida Alberto Bins, 480). É imprescindível que os colegas compareçam à atividade e participem da construção da unidade entre as entidades integrantes do Fórum, com a finalidade de barrarmos esta reforma e garantir o direito à aposentadoria digna.
O sindicato disponibilizará transporte dos prédios até o local da atividade:
– ônibus sairá às 17h40min do Anexo da JE, passando pelas varas trabalhistas;
– ônibus sairá às 17h40min da Justiça Federal, passando pelo TRE Duque.