O coletivo organizador da Parada Livre de Porto Alegre, somando-se a diversos grupos, entidades e instituições, entre os quais o Núcleo de Diversidade Sexual (Nuds) do Sintrajufe/RS, marcará o início do mês do Orgulho LGBTI+ com uma apresentação ao vivo na internet, no dia 31, a partir das 20h30min até as 2h do dia 1º de junho. O evento pretende celebrar a diversidade, pressionar por políticas públicas de prevenção à violência contra LGBTs e arrecadar fundos para apoiar artistas locais. A transmissão ao vivo poderá ser acompanhada nas páginas do Facebook e Youtube da Parada Livre; haverá tradução para Libras.
Durante a programação, será divulgada uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Apoia.se para receber doações que serão distribuídas para os artistas que fizerem parte da live. A pandemia fez com que muitos artistas LGBTs, que ganhavam a vida se apresentando na noite porto-alegrense, perdessem sua principal fonte de renda. São ativistas como nós que disponibilizam sua arte para a Parada nos últimos 23 anos e que agora precisam do nosso apoio , explica uma das organizadoras, Taynah Ignacio, do coletivo Juntos.
Estabelecimentos parceiros da Parada Livre, tradicionais apoiadores do evento e referência no acolhimento de pessoas LGBTI+ em Porto Alegre, apresentarão, ao longo da programação, suas iniciativas e produtos pensados para esse momento. A ideia é que o público possa comprar os produtos e ajudar esses pequenos negócios locais a passar pelo período de baixo consumo por causa do necessário isolamento social.
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Visibilidade é uma questão política
Sobre o momento atual que vive o país, a organização do evento entende que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está sendo irresponsável no combate à pandemia da covid-19, o que acaba gerando ainda mais problemas a populações historicamente vulnerabilizadas em direitos humanos, especialmente a população LGBTI+. Muitos LGBTs vivem em situação de vulnerabilidade social e miséria por causa da discriminação. Não podem sequer ficar em casa por que são expulsos delas ou o preconceito torna o ambiente insuportável. Em vez de resolver o problema, Bolsonaro continua nos atacando, prometendo enviar um projeto para proibir o debate sobre gênero e sexualidade ao Congresso Nacional , afirma o coordenador da ONG Nuances, Célio Golin.
A diretora do Sintrajufe/RS Luciana Krumenauer explica que o sindicato quando apoia a realização de um Festival LGBT+, demonstra sua preocupação com a cultura . Para ela, muito mais que apoiar artistas locais, busca-se entender a vulnerabilidade dessa comunidade neste momento de pandemia. Como integrante ativa na organização desse festival. convido toda a categoria a participar, se divertir e colaborar com as artistas , finaliza Luciana.
Nós, LGBTs, temos que usar de todos os espaços disponíveis para usar como meios de luta contra este governo fascista de Jair Bolsonaro , afirma o diretor do Sintrajufe/RS Alexandre Magalhães. Na sua avaliação, a Parada Livre é um espaço de nossa afirmação como seres humanos livres. Nossa liberdade não tem preço e está ameaçada .
A diretora do sindicato Ana Naiara Malavolta ressalta que a Parada Livre sempre foi um evento de alegria e cultivo à vida. Portanto, afirma, nada mais natural do que realizar, neste momento da pandemia, uma grande manifestação política e cultural virtual. Sobretudo porque as artistas transexuais e drag queens são grupos vulneráveis financeiramente e que, com o necessário isolamento social, ficam em situação ainda pior .