SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Banco do Brasil prevê 5 mil demissões, fechamento de agências e postos; em reunião ministerial, Guedes admitiu querer vender banco rapidamente

Banco do Brasil prevê 5 mil demissões, fechamento de agências e postos; em reunião ministerial, Guedes admitiu querer vender banco rapidamente

Nessa segunda-feira, 11, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes anunciou um amplo plano de alteração da estrutura do Banco do Brasil, um dos principais bancos públicos do paí­s. Entre o fechamento de agências e de postos de atendimento e um grande programa de demissões voluntárias, a decisão se sustenta na polí­tica geral de desmonte e privatização dos serviços públicos promovida pelo atual governo.

Pelo projeto serão fechadas 361 unidades do Banco do Brasil, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, entre outras mudanças na estrutura de atendimento. Ao mesmo tempo, serão implementadas diferentes modalidades de demissão voluntária, com o objetivo de reduzir em mais de 5 mil os postos de trabalho. Em abril do ano passado, durante a reunião ministerial cujo ví­deo acabou divulgado na imprensa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia demonstrado claramente seu projeto para o Banco do Brasil: tem que vender logo a p* do BB , disse Guedes.

Projeto de desmonte está relacionado com a PEC da Reforma Administrativa

A privatização, inclusive em setores estratégicos, é uma polí­tica que Bolsonaro e Guedes vêm conduzindo ininterruptamente desde o iní­cio do atual governo. Em maio de 2020, o Sintrajufe/RS já denunciava o plano de privatizações, que incluí­a hospitais de Porto Alegre e o Trensurb, além da Casa da Moeda, dos Correios, da Dataprev, entre muitas outras empresas públicas.

São processos que se encaixam, também, na agenda mais ampla de Bolsonaro e Guedes: desmontar e privatizar os serviços públicos. A reforma administrativa, em tramitação no Congresso, é um passo decisivo nesse sentido. A reforma aumenta o poder do presidente para, em uma canetada, extinguir empresas e cargos. Também acaba com a estabilidade de servidores e servidoras e com os concursos públicos, além de inserir na Constituição o princí­pio da subsidiariedade, passando para o setor privado a preferência para a prestação de todos os serviços que hoje são prestados pelo Estado. Esse desmonte precariza o trabalho dos servidores e das servidoras e, ao mesmo tempo, prejudica o acesso da população a seus direitos.

Diretora do SindBancários denuncia impacto catastrófico para a população

O Sintrajufe/RS conversou com Bianca Garbelini, diretora do SindBancários/RS e representante do estado na comissão nacional dos empregados do Banco do Brasil. Para ela, o impacto da reestruturação para a população será catastrófico . A sindicalista denuncia que, tanto nas capitais quanto nas cidades do interior, o que estamos vendo é uma diminuição do Banco do Brasil enquanto agente público, enquanto uma empresa de economia mista com uma função pública. Vemos um apequenamento do papel público, se percebe que o Banco está olhando somente para estratégias de mercado, cortando justamente onde existe o atendimento para a população mais vulnerável .

Bianca explica que há uma tendência de redução das agências fí­sicas, que são a referência do banco para a população mais vulnerável, que não tem fácil acesso à internet: Essa população precisa da agência fí­sica. Principalmente nas cidades do interior, se tem muitas agências fechando, em muitas cidades não vai mais ter agências do Banco do Brasil, somente um correspondente bancário terceirizado, que não presta o mesmo atendimento, é um atendimento precarizado. É a instituição deixando de cumprir o seu papel de banco público , denuncia.

A dirigente destaca, ainda, que o sindicato em nenhum momento foi ouvido pelo Banco do Brasil, tendo ficado sabendo das movimentações por meio das bases: Só quando a gente pressionou o banco resolveu nos chamar para fazer uma apresentação sobre a reestruturação e explicar o que estava acontecendo. E já disse que não vai negociar os termos dessa reestruturação , lamenta. Ela destaca, porém, que estão sendo preparadas ações nacionais para combater a reestruturação, com mobilizações e ações judiciais para tentar impedir o desmonte.