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Autonomia das universidades segue sob ataque do governo, agora na UFPel

Autonomia das universidades segue sob ataque do governo, agora na UFPel

Mais uma universidade pública brasileira foi alvo da sanha autoritária de Jair Bolsonaro (sem partido). A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) teve nomeada reitora, no dia 6 de janeiro, Isabela Andrade, mesmo não tendo sido a mais votada na eleição junto à comunidade acadêmica. O mais votado, Paulo Ferreira Júnior, foi ignorado por Bolsonaro, mesmo procedimento utilizado em diversas outras universidades e institutos, inclusive a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

No caso da UFPel, os dois professoresIsabela Andrade e Paulo Ferreira Júniordecidiram, após a escolha de Bolsonaro, dividir a reitoria, em uma cogestão, respeitando a decisão da comunidade acadêmica. O objetivo da ação é recusar a intervenção do governo na universidade e, ao mesmo tempo, não dar margem para que um interventor seja escolhido para comandar a UFPel, o que aconteceria em caso de renúncia de Isabela.

A ação da direção da UFpel, porém, não anula o perigoso caminho de intervenção nas universidades que vem sendo seguido por Bolsonaro. Em setembro de 2020, pelo menos 15 reitores ou diretores de instituições de ensino federais já haviam sido nomeados sem estar entre os que encabeçavam as listas trí­plices.

As decisões polí­ticas que ignoram a autonomia das instituições não são privilégio da Educação. Sob o governo Bolsonaro, multiplicam-se os casos de assédio nos órgãos públicos, as perseguições a servidores e servidoras e os ataques à autonomia dos órgãos, gerando prejuí­zos graves à sociedadecite-se, por exemplo, os casos dos órgãos ambientais. A reforma administrativa que Bolsonaro quer impor poderá piorar o cenário, ampliando os poderes do presidente para intervir e, até mesmo, extinguir órgãos, instituições e cargos sem qualquer consulta à sociedade ou ao Congresso.