SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SEGURANÇA SANITÁRIA

Assessoria de saúde do Sintrajufe/RS explica por que é importante manter o uso de máscaras, mesmo com avanço da vacinação

Estudos recentes apontam que máscaras do tipo PFF2 (N95, KN95 e P2, nos padrões internacionais) oferecem quase 100% de proteção contra a Covid-19. Com base nesses estudos e com informações da assessoria de saúde do Sintrajufe/RS, explicamos por que é importante continuar usando máscara, mesmo com o esquema vacinal completo, e respondemos às dúvidas mais frequentes que têm chegado ao sindicato sobre o assunto. O sindicato também publica um artigo produzido pela assessoria, com informações mais aprofundadas sobre o uso de máscaras ante o aumento dos contágios com a variante Ômicron.

Estudo do Instituto Max Planck, da Alemanha, publicado na revista científica PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, aponta que, se alguém infectado pelo novo coronavírus tiver contato com uma pessoa saudável num espaço fechado, mesmo que a uma distância pequena e após 20 minutos, o risco de contágio é de apenas 0,1% se estiver usando máscara. Se a pessoa estiver vacinada, o risco de contrair a doença é ainda menor.

No entanto, segundo os cientistas, a redução do risco depende de a máscara ser usada da maneira correta. Para ter a proteção ideal, o clipe de metal deve estar bem ajustado ao nariz. Se a máscara não estiver corretamente encaixada ao rosto, o risco de infecção no mesmo cenário descrito acima sobe para cerca de 4%, aponta o estudo. Os cientistas demonstraram que máscaras PFF2 bem encaixadas ao rosto protegem 75 vezes mais que máscaras cirúrgicas (as quais, de qualquer forma, reduzem o risco de infecção para no máximo 10% se também forem bem ajustadas).

Por outro lado, se um indivíduo saudável ficar por alguns minutos diante de um infectado, ambos sem máscara, mesmo a uma distância de 3 metros, há uma probabilidade de 90% de ocorrer uma infecção.

Mesmo vacinadas, as pessoas devem continuar usando máscara?

O uso da máscara é importante porque “a vacina protege de infecção grave e morte, mas não de adquirir a infecção”, afirma a médica Ana Achutti, da assessoria de saúde do Sintrajufe/RS. A defesa proporcionada pela vacina não impede o vírus de infectar, mas de se disseminar pelo organismo. “É como um alarme específico para esse invasor; não impede que entre, mas assim que entra, o alarme é disparado, despertando os combatentes do organismo, que, atuando precocemente e já conhecendo quem devem eliminar”, explica a médica. Ela diz que, sem a vacina, o organismo estaria “sempre incauto, sendo surpreendido” e, reagiria sem reconhecer as vulnerabilidades do invasor”. Fazendo uma analogia, Ana diz que “as máscaras são como muros, arames farpados, cercas elétricas, que dificultam o acesso. Se o invasor não entrar em contato, as defesas e todo o estrago que se dão num campo de conflito e guerra serão poupados. E a vida segue, sem riscos maiores de sequelas”.

Outro ponto importante, segundo a médica, é que, até onde sabemos hoje, há uma chance importante de as pessoas que adoecem ou mesmo em algum momento portam o vírus de modo assintomático virem a desenvolver, no futuro, problemas de saúde que não teriam sem essa exposição. “Então, não é uma boa ideia acreditar que ter a doença é uma opção à vacina. Inclusive porque a imunidade que dá é da mesma forma temporária. E não vale o risco de ver se sobrevive. A vacina protege sem qualquer sequela da doença”, avalia.

Fora de casa, em que ambientes dá para tirar a máscara?

Quando fora de casa, o melhor é sempre usar máscara, exceto se o ambiente for francamente ventilado e sem aglomeração e tendo certeza da circulação e da troca do ar. Em ambiente fechado, sem uma franca circulação e troca do ar, as partículas respiratórias de outras pessoas podem ficar ali em suspensão. O exemplo máximo é o elevador, mas também o será uma sala com poucas aberturas. Uma academia, por exemplo, mesmo ventilada, é área onde as pessoas respiram de forma intensa, contaminando bastante o ambiente, os objetos e o ar, mesmo com o uso de máscaras (por isso, o acesso deve ser restrito e amplamente limpo nas trocas de usuário, além de evitar as mãos nos olhos e no rosto), aconselha Ana Achutti.

Responsabilidade individual e coletiva

A máscara e a vacina têm verdadeira eficácia individual se usadas de forma coletiva. Ana aponta aqueles que são as exceções, como pessoas demenciadas ou com outra deficiência, por exemplo, que não suportam e não entendem o uso, no caso das máscaras; ou aqueles que, por terem alguma fragilidade orgânica ou ainda não terem acesso devido à idade, não podem tomar as vacinas, ou mesmo em idades sem acesso ainda. “Esses vulneráveis só poderão sobreviver se o seu entorno respeitar e tiver a visão do todo, fazendo a sua parte para não adoecer a si e aos outros, exercendo sua obrigação de se vacinar e se proteger com os recursos existentes, que agora é a máscara adequada, cobrindo bem a boca e o nariz, impedindo o compartilhamento das partículas de sua respiração com o ambiente”, afirma a médica. “A máscara protege a nós e ao ambiente compartilhado, independentemente de se estar vacinado. A vacina protege a nós e a todos porque reduz a circulação do vírus e sua reprodução”. A médica ressalta que, a cada indivíduo infectado, correspondem novas oportunidades de ocorrerem variantes novas do vírus, independentemente de a pessoa estar sintomática. Se ela estiver, mais ainda.

Se a pessoa estiver vacinada, tudo isso se dá de forma muito mais intensa e incerta. “Estar vacinado e usar máscara em ambiente compartilhado são atos de respeito e cidadania. A negativa ideológica de se vacinar, nesse caso, é um desrespeito não só com quem convive, mas com as equipes de saúde que irão arriscar as próprias vidas no atendimento, e que no caso de precisar de um leito de UTI, pode favorecer a morte de pessoas por outras doenças”, afirma Ana Achutti. Ela afirma que, neste momento, “estamos entrincheirados, numa guerra contra uma infecção que nos devasta nossos iguais”. E é preciso o agir coletivo para encontrar saídas para todos e todas. “Aquele que não faz a sua parte é como um inimigo na trincheira, porque mantém ativo e disperso aquele que nos destrói”, conclui.

“A importância do uso das máscaras PFF2 ou N95 e esquema vacinal completo”, artigo produzido pela assessoria de saúde:

A-importancia-do-uso-das-mascaras-PFF2-N95-e-Esquema-Vacinal-Completo-Sintrajufe

Sintrajufe/RS, com informações de Deutsche Welle