SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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25 de novembro: Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher

O dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, é uma data para reforçar a luta de combate e eliminação das várias formas de violência que vitimam as mulheres em todo o mundo. Muitas mulheres não se reconhecem em situação de ví­timas de violência. No entanto, é importante ressaltar que agressões se apresentam de diversas formas e vão além da violência fí­sica. As agressões morais, patrimoniais e psicológicas por exemplo, são banalizadas e naturalizadas pelo sistema social e de justiça.

A ideia geral sobre a violência contra as mulheres é que se trata de uma situação extrema ou localizada, envolvendo pessoas individualmente. Mas ela nos toca a todas, pois todas já tivemos medo, mudamos nosso comportamento, limitamos nossas opções pela ameaça da violência. A afirmação, em texto publicado pela Marcha Mundial das Mulheres, mostra a dimensão da violência contra a mulher, que vai muito além da agressão fí­sica, é transversal e atravessa todas as classes sociais e diferentes culturas, religiões e situações geopolí­ticas .

De acordo com o texto da Marcha Mundial das Mulheres, essa violência e a misoginia se intensificam na medida em que os atores e polí­ticas da globalização neoliberal se afirmam na economia . O feminicí­dio, os ataques aos direitos reprodutivos, a exploração sexual de mulheres cresce quando com medidas econômicas que aumentam a exploração no trabalho, flexibilizam direitos, privatizam serviços e atendimentos básicos.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública informa que o isolamento social causado pela pandemia de covid-19 aumentou os casos de violência contra a mulher e as mortes por feminicí­dio aumentaram. De acordo com o Instituto de Segurança Pública, em 2020 mais de 120 mil mulheres sofreram algum tipo de violência no Brasil.

Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pelo número 180 durante sete dias por semana, 24 horas. Além dele, é possí­vel denunciar pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e pela página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Famí­lia e dos Direitos Humanos. Também é possí­vel receber atendimento pelo Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca DireitosHumanosBrasil e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à MulherLigue 180.

Origem da data

A origem da data remonta a 1981, quando militantes e ativistas pelos direitos mulher realizaram protestos contra a violência de gênero. O dia 25 é uma homenagem às irmãs Mirabal, três ativistas da República Dominicana que foram brutalmente assassinadas, em 1960, no governo de Rafael Trujillo.

Em 1979, a Organização das Nações Unidas havia aprovado a Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Em 1993, a ONU publicou a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher, propondo medidas para um futuro livre de violência de gênero. No ano 2000, a Assembleia Geral da ONU adotou o 25 de novembro como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, chamando os governos, as organizações e as instituições a realizarem ações coordenadas para aumentar a conscientização sobre a questão.

Ainda há muito a avançar. Segundo a ONU, em 49 paí­ses ainda não há legislações que proí­bem a violência doméstica e em pelo menos em 37 paí­ses os estupradores não vão a julgamento se são casados ou se casam posteriormente com as ví­timas.

Medidas punitivas são necessárias, mas insuficientes para erradicar a violência, alerta a Marcha Mundial das Mulheres: Nos paí­ses onde as leis existem, é difí­cil que cheguem às mulheres que não pertencem à classe média, urbana e branca. Temos que exigir que nossos Estados se tornem responsáveis, demandar polí­ticas públicas para as ví­timas de violência, para as mulheres e crianças traficadas, para os grupos minoritários, para as mulheres rurais, negras, migrantes e indí­genas. Mas, além disso, são necessárias ações que busquem prevenir e que coí­bam os atos de violência antes que ocorram .

Dados do Instituto Universa sobre o Brasil:

O paí­s está no 5º lugar no ranking mundial do feminicí­dio.

Mulheres negras são as maiores ví­timas de violência doméstica e de feminicí­dio.

Uma mulher é morta a cada sete horas.

Uma mulher trans é assassinada a cada três dias.

Em nove a cada dez casos, a mulher é ví­tima do marido ou companheiro.

Uma mulher sofre violência doméstica a cada dois minutos.

Uma menina de até 13 anos é estuprada a cada 15 minutos.

Quase metade das brasileiras já sofreu assédio sexual no trabalho.

Uma em cada quatro mulheres é ví­tima de violência obstétrica na hora do parto.

O paí­s é lanterna no ranking de paridade polí­tica de gênero na América Latina.

Fonte: Marcha Mundial das Mulheres, Fenajufe e ONU