Nesta sexta-feira, 17, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul e o Grupo Gestor do Arroz Orgânico promoveram a 20ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. Estavam presentes entidades do movimento sindical, como o Sintrajufe/RS, do movimento social, representantes do governo federal, parlamentares, universidades e delegações de especialistas na produção agroecológica e de bioinsumos do Brasil e de outros países.
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Há mais de uma década, as famílias assentadas e acampadas lideram o posto de maiores produtores de arroz orgânico no Brasil e da América Latina, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga). Este resultado mostra que a democratização do acesso à terra e ao financiamento faz bem para trabalhadores do campo e da cidade.
Sobre a produção do arroz agroecológico
De acordo com o Grupo Gestor do Arroz Orgânico, na safra 2022/2023, a estimativa é colher, aproximadamente, 16.111 toneladas de arroz orgânico, cerca de 322.235 mil sacas de 50 kg cada, em uma área de 3.200 hectares. As principais variedades plantadas são de arroz agulhinha e cateto.
A produção ocorre em 22 assentamentos, localizados em nove municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste do estado. O cultivo é feito por 352 famílias, que estão organizadas em sete Cooperativas da Reforma Agrária.
As famílias assentadas da Reforma Agrária Popular, organizadas no Grupo Gestor, tem se reafirmado como alternativa ao modelo convencional praticado pelo agronegócio, prezando pela concepção de produção de alimento saudável em qualquer escala, preservando o meio ambiente, em um processo cooperado, que busca a distribuição de renda entre os produtores e produtoras. E que possa chegar à mesa dos consumidores a preço justo, alicerçando os princípios da agroecologia em todas as dimensões do processo produtivo e organizativo.
Inauguração da Unidade de Produção de Bioinsumos
Durante a Festa da Colheita, foi lançada a Unidade de Produção de Bioinsumos Ana Primavesi. A unidade traz algumas garantias para os produtores e para as produtoras do MST, como o aumento da produção, autonomia na produção de bioinsumos e acesso a novas tecnologias, o que beneficia as famílias agricultoras.
A iniciativa também busca maior autonomia no processo produtivo, na produção da semente, insumos e bioinsumos, na melhoria dos maquinários, domínio do manejo técnico, gestão da irrigação e processo permanente de capacitação e formação. Para isso, tem estabelecido parceria com universidades, Instituto Riograndense do Arroz/IRGA, Instituto Federal/IFRS, Emater RS e Embrapa.
Fonte: CUT/RS
