O TRT2 atendeu a pedido do governo de São Paulo, de Tarcísio de Freitas (REP), e determinou multas para tentar impedir a greve dos trabalhadores e das trabalhadoras que lutam contra a privatização de empresas do estado. As multas chegam a R$ 500 mil para cada um dos sindicatos que representam as categorias grevistas.
Notícias Relacionadas
A greve está marcada para esta terça-feira, 3, envolvendo os trabalhadores e as trabalhadoras da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O governo de São Paulo pretende conceder todas as linhas de trens da CPTM e do Metrô para a iniciativa privada até 2026, e a Sabesp, até 2024.
Liminar concedida pelo TRT2 determinou que os trabalhadores e as trabalhadoras da CPTM devem operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos caso prossigam com a greve. Além disso, a decisão vedou a “liberação de catracas” como forma de manifestação do movimento grevista, tática que foi defendida pelas entidades sindicais. Se descumprirem essa determinação, cada um dos sindicatos que representam os trabalhadores sofrerá multa diária de R$ 500 mil.
No caso da Sabesp, o mesmo tribunal determinou a manutenção de 85% do efetivo de trabalhadores e trabalhadoras vinculados aos setores responsáveis pela prestação dos serviços essenciais de saneamento básico, tratamento, abastecimento de água e esgoto, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para cada entidade sindical.
Na tarde desta segunda-feira, 2, o governo de São Paulo emitiu nota na qual utiliza as decisões do TRT2 para definir a greve como “ilegal e abusiva, a qual torna refém a população que precisa do transporte público”.
Representantes dos sindicatos protocolaram junto ao governo do estado um pedido de audiência com o governador para discutir o tema. Apesar de terem recebido resposta oficial afirmando que a demanda seria avaliada, o encontro jamais foi marcado. A greve unificada é mais um passo na luta conjunta dos grupos de trabalhadores do transporte público e do saneamento. Aliados a outras entidades, eles organizam um plebiscito popular, que tem o objetivo de ouvir 1 milhão de cidadãos sobre as propostas de privatizações. As urnas do plebiscito passarão por diversas partes do estado de São Paulo até 5 de novembro.
Com informações do TRT2, do Brasil de Fato e do governo do estado de São Paulo