SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE

PRIVATIZAÇÃO DA ENERGIA

Sob controle da Equatorial, conta de luz pode subir 44% no Amapá; no RS, população ficou dias sem energia após tempestade

A população do Amapá pode sofrer um baque em suas contas de luz nos próximos meses. A tarifa pode sofrer reajuste de 44%, conforme proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quem ganha é a Equatorial Energia, mesma empresa que controla o setor no Rio Grande do Sul – em ambos os estados, a privatização nos últimos anos enfrenta críticas.

Caso a proposta, que ainda passará por audiência pública, seja aprovada, o Amapá passará a ter a energia mais cara do Brasil. Atualmente, o posto é do Pará, onde a energia também foi privatizada e agora é controlada pela mesma Equatorial.

O reajuste de 44% no Amapá foi pedido pela empresa, que alega aumento de custos, redução de benefícios concedidos e a necessidade de remunerar investimentos. Conforme matéria do jornal Folha de S. Paulo, o maior peso no índice proposto se refere à compensação da redução de benefícios como fim dos créditos de PIS/Cofins e antecipação de recursos da privatização da Eletrobras. A empresa quer, em suma, ser financiada ou pelo Estado ou pela população, de forma a elevar seus ganhos. O segundo item com maior peso na proposta de reajuste é justamente a remuneração de investimentos feitos após a privatização.

No RS, privatização a preço de um único carro 0km, demissões e piora no serviço

Em março de 2021, o grupo Equatorial arrematou por apenas R$ 100 mil (cem mil reais) o braço da distribuição da Companha Estadual de Energia Elétrica (CEEE) durante leilão promovido pelo governador Eduardo Leite (PSDB). A Equatorial atende cerca de 1,8 milhão de gaúchos e gaúchas em 72 municípios das regiões Metropolitana de Porto Alegre, Sul, Centro-Sul, Campanha, Litoral Norte e Litoral Sul.

Conforme o presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul), Antonio Silveira, a Equatorial, que segue utilizando a marca CEEE, “piorou o atendimento da população e é mal vista em outros estados, onde também adquiriu estatais na farra das privatizações dos governos entreguistas”. O sindicalista conta que a Equatorial, depois da privatização da CEEE, “se livrou de mais de 1.000 trabalhadores e hoje restam somente uns 600 oriundos da antiga empresa pública”.

Em julho, milhares de famílias ficaram dias e dias sem luz após a passagem de um ciclone extratropical pelo estado. Uma semana depois do ciclone, quase 3 mil pontos seguiam sem luz.

Com informações da Folha de S. Paulo