Na última sexta-feira, 1º, aconteceu a entrega das fotos da primeira etapa do projeto “TRANScendendo Barreiras”, iniciativa que visa promover a inclusão e o empoderamento de pessoas trans por meio da fotografia. O Sintrajufe/RS esteve presente no evento, a convite da colega Lídia Schneider, da vara trabalhista de Sapiranga, suplente do Conselho Fiscal, que é uma das fotógrafas participantes do projeto.
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O projeto é realizado pelo Comitê Pagu em Defesa da Cultura e Esporte, com o objetivo, conforme os organizadores, de “proporcionar uma plataforma para que pessoas trans possam compartilhar suas histórias únicas e inspiradoras”. As participantes, selecionadas com a curadoria do Coletivo Feminista Elza Soares, foram fotografadas por Fábio Klein, Alex Glaser, Lídia Schneider e Janaína Silveira. Os organizadores explicam que “nossas fotógrafas e fotógrafos trabalharam em colaboração com as participantes para criar imagens que não apenas celebram a diversidade, mas também contam histórias profundamente pessoais. As imagens capturaram momentos de autenticidade, força e resiliência”.
Lídia conta que o Comitê Pagu nasceu há cerca de um ano, reunindo ativistas que atuam em projetos sociais e de inclusão. “O projeto ‘TRANScendendo Barreiras’ surge como resposta a essa necessidade e ao desejo das pessoas trans, tendo sido concebido com o propósito de promover a inclusão, a visibilidade e a representatividade da comunidade trans”, explica. No dia 1º, foram entregues às modelos participantes os ensaios fotográficos. A próxima etapa do projeto prevê a impressão de fotos para uma exposição itinerante.
“O evento foi mais do que um simples encontro; foi uma celebração da diversidade e da luta por um mundo mais inclusivo. Testemunhar a energia, a entrega e a felicidade das participantes foi emocionante”, avalia Lídia. Para ela, “foi uma honra contar com a presença de cinco diretores e diretoras do Sintrajufe durante o evento. A solidariedade e o apoio da liderança do sindicato são fundamentais para nossa missão de promover a inclusão e a igualdade. Sua presença reforça nosso compromisso conjunto de lutar por um mundo mais justo e igualitário, e isso me enche de orgulho enquanto sindicalizada”.






As diretoras Arlene Barcellos, Camila Telles e Luciana Krummenauer, e os diretores Eduardo Felin e Anderson Mangine e a diretora de base Débora Cardoso representaram o Sintrajufe/RS no evento.
Para Luciana Krummenauer, coordenadora do Núcleo de Diversidades do sindicato, “atividades como essa remetem muito a uma música chamada ‘Não recomendada’. Quando entendemos o que é esse ‘não recomendada’ na sociedade, é isso: por que pessoas com corpos diferentes são marginalizadas, colocadas à margem da sociedade? E essa atividade coloca elas como pertencentes a uma sociedade. Ninguém vive sozinha, ninguém vive sem estar com seus pares. Isso demonstra a necessidade que temos de convivência. Precisamos umas das outras, e nada melhor do que estar em lugar onde todas as pessoas estão comungando de um bem maior, que é pertencer a algum lugar”. Ela reforça a importância da participação do Sintrajufe/RS: “O Sintrajufe não podia ter ficado de fora dessa, porque faz parte da identidade do sindicato atividades que mostrem que a categoria precisa da sociedade e a sociedade precisa da nossa categoria. Como vamos fortalecer o Judiciário? Fortalecendo a comunidade. Onde a comunidade é uma comunidade forte, o Judiciário também fica forte”, avalia.
Para Eduardo Felin, eventos como esse são muito importantes para dar visibilidade à população trans, cotidianamente invisibilizada: “O fato de eu, homem-branco-hétero-cis, estar presente e poder acompanhar como foi o surgimento da ideia da fotógrafa Lídia, que convidou outros dois fotógrafos para mostrarem quatro pessoas trans, suas personalidades, seus corpos e, depois, suas falas e histórias, dignas de biografia ou de um belo documentário, foi muito estimulante, no sentido de que todos temos experiências e histórias de vida enriquecedoras, mas como sociedade insistimos em valorizar quase que exclusivamente o homem-branco-hétero-cis”. O dirigente elogia a organização do evento e reforça o ambiente de reivindicação, “por mais espaços de acolhimento para a população trans, por mais espaços de relevância na sociedade, por mais espaços políticos e por mais espaços de transformação”.