SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Nota técnica da CGU lança cerceamento sobre opiniões e antecipa perseguição proposta na reforma administrativa

A proposta de reforma administrativa (PEC 32/2020) que tramita no Congresso Nacional pode facilitar e formalizar uma atuação que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) vem desenvolvendo nos órgãos públicos: a censura sobre as opiniões dos servidores e das servidoras. Uma nota técnica da Controladoria-Geral da União reforça essa perspectiva e gera preocupação sobre o futuro da liberdade de expressão, crescentemente cerceada sob o atual governo.

A nota técnica 1.556/2020, lançada em julho, amplia o conceito de recinto de repartição para possibilitar que as casas dos servidores sejam consideradas local onde crí­ticas não podem ser dirigidas aos órgãos onde atuam. Isso quer dizer, na prática, que as redes sociais dos servidores passam a ser objeto de censura, embora a própria CGU tenha lançado um comunicado afirmando não ter qualquer restrição à realização de crí­ticas por parte dos agentes públicos e que o que a CGU considera como passí­vel de apuração disciplinar são aqueles atos que extrapolem os limites do razoável . O Sintrajufe/RS já vem denunciando o aumento do assédio moral e dos casos de censura sob o governo Bolsonaro.

Com a reforma administrativa, Bolsonaro e Paulo Guedes querem institucionalizar as perseguições polí­ticas a servidores e servidoras. Além de desmontar os serviços públicos oferecidos à população, a reforma irá, se aprovada, favorecer os apadrinhamentos polí­ticos, já que ataca os concursos públicos e acaba com a estabilidade. Assim, os chefes e os governantes de plantão ficam à vontade para perseguir os servidores que não se alinham politicamente, que não aceitam práticas ilegais ou antiéticas e que, até hoje, são protegidos pela estabilidade.