Um ato de protesto foi realizado nas proximidades do TRF4, nesse domingo, 16, contra a destruição do Parque Harmonia, em Porto Alegre. A manifestação, organizada por entidades ambientalistas, como a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), reuniu dezenas de pessoas, que depois saíram em caminhada pela Orla do Guaíba, cobrando a suspensão imediata das obras. O Sintrajufe/RS esteve presente no ato, representado pelas diretoras Arlene Barcellos e Marli Zandoná e pelo diretor Zé Oliveira. O protesto ainda teve a participação de colegas ativos e aposentados do TRF4, TRT4 e Justiça Federal.
Notícias Relacionadas
O parque foi concedido por 35 anos pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) à empresa privada Gam3 Parks. Tomado por tratores e escavadeiras, o espaço está sendo desmontado para receber eventos, transformando completamente o local que sedia anualmente o Acampamento Farroupilha. Das 1.253 árvores existentes antes das obras, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) teria autorizado o corte de 432. Segundo a Gam3 Parks, até agora foram derrubadas 103.

Durante o protesto, segurando faixas e imagens das espécies ameaçadas e gritando palavras de ordem, os manifestantes reclamaram também do aparato policial que tentava intimidar os manifestantes: havia seis policiais militares a cavalo e quatro viaturas acompanhando o protesto, com os policiais armados com fuzil.
Os manifestantes denunciaram que o prefeito Sebastião Melo só tem compromisso com interesses privados, não com a preservação das áreas verdes e dos espaços públicos da cidade, que vêm sendo entregues à iniciativa privada. Conforme ONGs de defesa do meio ambiente, as obras não só descaracterizaram o parque como também ameaçam espécies de animais, como aves. Um dos organizadores do ato, o biólogo, professor da Ufrgs e diretor do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), Paulo Brack, denuncia o desastre em marcha: “O Harmonia abriga 85 espécies de aves, o maior volume de todos os parques urbanos de Porto Alegre, cinco espécies migratórias. Tem uma riqueza que foi desconsiderada, todos esses ninhos foram destruídos. Não houve estudo de impacto ambiental nem foi feito licenciamento. Essa obra tem de parar o mais rápido possível”, disse o biólogo.
Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT/RS