Terminou em frustração a reunião chamada pelo Ministério da Economia, na sexta-feira, 1º de abril. Após dias de diversas informações divulgadas pela imprensa a respeito da intenção do governo Bolsonaro sobre reajuste de servidores e servidoras federais, a reunião para receber uma posição oficial terminou com um discurso “mais do mesmo”. Parece mentira, mas a reunião serviu para o Ministério da Economia informar que não vai abrir um processo de negociação com servidores , divulgou a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef).
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Para representantes do Fórum das Entidades do Serviço Público Federal (Fonasefe), que integram o conjunto de servidores públicos federais, a postura é lamentável. “Falam uma coisa para a imprensa e quando chegam para a gente numa mesa de negociação afirmam que não está aberto processo de negociação para discutir questões remuneratórias. Uma decepção”, resumiu o secretário-geral da Condsef/Fenasef, Sérgio Ronaldo. Ele reforçou que o que resta ao conjunto dos servidores e servidoras é continuar fortalecendo o processo de mobilização. O governo informou que o prazo para decidir sobre propostas para o funcionalismo é 2 de junho. “Estão achando que enganam a quem? Vamos intensificar nosso processo de mobilização para que o governo atenda nossas reivindicações”, concluiu.
Conforme relato, o governo tentou ridicularizar o conjunto dos servidores e servidoras ao escalar um desconhecido como representante, oriundo do 4º escalão e que pouco ou nada entende de negociação com entidades. Os representantes da equipe econômica buscaram dividir o movimento do funcionalismo, insinuando que havia negociações em curso com segmentos específicos, por isso foram interrompidos de forma incisiva pelos dirigentes, que afirmaram: quem fala pelo serviço público federal está aqui nessa mesa.
Ao final, não houve qualquer proposta ou sinalização de evolução nas discussões por parte do governo.
Representaram o ministério da Economia José Borges de Carvalho Filho, coordenador-geral de Negociação Sindical no Serviço Público e diretor interino de Relações de Trabalho do Ministério da Economia; e o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Leonardo José Matos Sultani.
STF e PGR pedem levantamento de dados sobre possibilidade de reposição
A Fenajufe tem pressionado juntos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para viabilizar a reposição salarial da categoria. A informação é que, em ambos os órgãos, foram encomendados levantamentos técnicos para avaliar a possibilidade de garantir a reposição salarial aos servidores e servidoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU).
Em fevereiro, a Fenajufe reuniu-se com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para tratar, entre outras pautas, da campanha salarial. A federação protocolou no STF ofício com vistas a originar um processo administrativo, o qual Fux se comprometeu a levar ao pleno do tribunal. Documento no mesmo sentido foi entregue à PGR.
Sintrajufe/RS, com informações da Fenajufe e Condsef.