SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

APENAS 132 FISCAIS EM TODO O RS

Em reunião com centrais sindicais, Superintendência do Trabalho no Rio Grande do Sul anuncia canal de denúncias no combate ao trabalho análogo à escravidão; sindicalistas cobram concurso público

Nessa segunda-feira, 17, as centrais sindicais reuniram-se com o novo superintendente regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Claudir Nespolo. O objetivo da reunião, da parte dos sindicalistas, foi apresentar reivindicações que reforcem a estrutura de garantia e defesa de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, incluindo a valorização do papel do Ministério do Trabalho e Emprego e o combate ao trabalho análogo à escravidão.

Participaram da reunião dirigentes das seguintes centrais: CUT, CTB, UGT, CSB e CSP-Conlutas. Eles defenderam a reconstrução do Ministério do Trabalho e Emprego, a realização de concursos públicos e a contratação de fiscais do trabalho. São medidas emergenciais para que os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras sejam protegidos e fortalecidos, defenderam.

“Poucos servidores”

Claudir destacou que o Ministério do Trabalho foi sucateado a partir do governo Temer (MDB) e chegou a ser extinto na gestão de Bolsonaro (PL): Temos poucos servidores administrativos e técnicos concursados , lamentou, dizendo que há apenas 132 auditores fiscais para atender as nove estruturas regionais no Estado, combatendo sobretudo o trabalho análogo ao escravo, o trabalho infantil e a informalidade. Os últimos concursos públicos foram realizados em 2012 e 2013, ainda no governo Dilma (PT), lembrou o auditor fiscal Gerson Soares, que também participou da reunião. Ainda não há previsão para a abertura de novos concursos. Foi anunciada a retomada da Secretaria de Inspeção do Trabalho, que havia sido desmontada no último governo.

Em entrevista à TVT, o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci defendeu: Precisamos reconstruir o Ministério com funcionários concursados. Houve um desmonte nos últimos anos, para que o Ministério do Trabalho não existisse, ficasse precarizado, para que o setor mais forte da relação tomasse proveito , disse.


Combate ao trabalho análogo à escravidão tem canal direto de denúncia e plantão fiscal

A partir da reunião, o superintendente regional Claudir Nespolo anunciou a criação de um canal de denúncias para o combate ao trabalho análogo à escravidão, problema que ganhou destaque nas últimas semanas, especialmente após o caso envolvendo viní­colas da Serra Gaúcha. Denúncias já podem ser enviadas por meio de formulário disponí­vel AQUI. Ainda, Nespolo destacou que há um Plantão Fiscal para acolher denúncias das entidades sindicais e dos trabalhadores e trabalhadoras, que atende na sede da SRTE. O Plantão atende às segundas, quartas e sextas, no horário das 13h30min às 16h30min, pelo telefone (51) 3213.2857.

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, destacou que o problema não está só no trabalho análogo à escravidão, mas também no trabalho formal, que muitas vezes precariza, assedia e escraviza . Ele defendeu ainda que as centrais, as federações e os sindicatos denunciem ao Ministério do Trabalho as práticas irregulares, ilegais e criminosas, mesmo diante da carência de auditores fiscais.

Ao final da reunião, Nespolo agendou uma reunião para o próximo dia 16 de maio com a finalidade de discutir a criação de um conselho sindical consultivo, de composição bipartite, a ser integrado pelas centrais sindicais: Queremos debater os temas estratégicos que impactam as relações de trabalho e emprego e construir entendimentos , explicou o superintendente. Os sindicalistas elogiaram também a resistência dos servidores do Ministério do Trabalho que, apesar do desmonte, não fugiram às suas responsabilidades e procuraram cumprir com as suas tarefas e obrigações, valorizando o serviço público.

O Plantão atende às segundas, quartas e sextas, no horário das 13h30min às 16h30min, pelo telefone (51) 3213.2857.

Com informações da CUT-RS e da TVT.