SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CAMPANHA SALARIAL

Em Dia de Mobilização, assembleias de base reafirmam a manutenção da luta pela reposição de 19,99%; sindicato enviará nova caravana a Brasí­lia

O Sintrajufe/RS realizou, nesta quinta-feira, 19, uma rodada de assembleias de base, no Dia de Mobilização, data do calendário nacional aprovado no 11º Congrejufe. Nas atividades, a categoria reafirmou que os 5% aventados pelo governo esegundo notí­cias em alguns sitespelo Supremo Tribunal Federal (STF) não são suficientes. A luta se mantém pela recomposição emergencial de 19,99%, referente aos três primeiros anos de governo Bolsonaro.

Foram três assembleias de base em Porto Alegre, nas justiças do Trabalho, Eleitoral e Federal. A direção do Sintrajufe/RS apresentou informes sobre o andamento da luta referente à campanha salarial unificada, iniciada em janeiro. Os e as dirigentes lembraram que, apesar das limitações da pandemia, desde o iní­cio do ano o sindicato vem impulsionando mobilizações com outras categorias do funcionalismo federal, estadual e municipal. Foi essa luta que fez com que o governo Bolsonaro saí­sse da posição de reajuste zero e começasse a recuar, ao menos aparentemente, passando a ventilar, via imprensa, a possibilidade de reajuste linear de 5%. Esse í­ndice, no entanto, não cobre sequer a inflação acumulada dos últimos doze meses, de 12,13% até final de abril.


Não aceitamos a desculpa do “possí­vel para o momento”

Alguns sites divulgaram, nos últimos dias, que o í­ndice de 5% é o que o STF tem a oferecer, o possí­vel para o momento . No entanto, contrariando essa avaliação, o próprio Supremo já apresentou cálculos em que fica demonstrado que há recursos disponí­veis para uma reposição maior.

Como o Sintrajufe/RS noticiou nesta quinta-feira, enquanto os 5% teriam, conforme o próprio Supremo, um custo anual de pouco mais de R$ 800 milhões, os presidentes do STF, Luiz Fux, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em articulação com o governo, preparam a aprovação do retorno do pagamento de quinquênio para a magistratura e procuradores de todo o paí­s, com um impacto orçamentário nove vezes maior, de R$ 7,5 bilhões anuais. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, Pacheco já admitiu que esses recursos seriam disponibilizados pelo orçamento do próprio Judiciário.


Direção avalia a mobilização

Neste Dia de Mobilização, a direção do sindicato faz uma avaliação das atividades e aponta os próximos passos da luta pela reposição salarial.

A diretora Clarice Camargo afirma que foi importante a assembleia, a retomada das mobilizações presenciais, nos prédios. Tudo o que ganhamos foi com luta, não será diferente agora , diz a dirigente. Diante das novas modalidades de trabalho, como foi dito, fica mais difí­cil a mobilização, mas todos devem se tornar responsáveis por chamar o outro colega, seja no individual, seja nos grupos criados nos setores, e trabalhar com unidade para conquistarmos o mais próximo do í­ndice que buscamos, 19,99%.

Não aceitamos o ˜possí­vel para o momento™. Esse discurso é um tipo de ˜cala a boca, não me incomodem mais™”, afirma o diretor Marcelo Carlini. Para ele, esse tipo de discurso tenta fazer a categoria se conformar com os 5% “e ajudar Bolsonaro a impor o congelamento salarial. Não aceitamos as perdas salariais, provamos que há recursos. Carlini lembra que o presidente do Rodrigo Pacheco e Luiz Fux mostraram isso quando arranjaram R$ 7,5 bilhões para 35% em quinquênios. Nós vamos lutar até o fim, junto com os outros servidores federais, pelos 19,99%. Por isso o Sintrajufe chama todos a Brasí­lia!

Os servidores e as servidoras da Justiça Eleitoral precisam participar ativamente da mobilização, afirma a diretora Márcia Coelho. Ela ressalta que, se a Justiça do Trabalho vem sendo atacada há anos, nós, da Eleitoral, estamos sofrendo ataques diários agora e, mesmo com a derrota do desgoverno atual, a semente está plantada dentro da Câmara e do Senado e na cabeça de pelo menos 30% da população . Conforme a diretora, a população está perdendo a confiança em nosso trabalho, e quando formos atacados por reformas administrativas que pretenderão acabar com nossos empregos, quem virá em nossa defesa? Aqueles mesmos polí­ticos que processamos? Os polí­ticos dos quais caçamos mandatos? Os que forçamos a pagar multas por propaganda irregular? . Não, afirma Márcia, ressaltando que temos que participar de cada atividade da categoria, de cada luta, pois quem virá em nosso auxí­lio, quem nos ajudará a nos defendermos será a categoria .

Na avaliação do diretor Zé Oliveira, as assembleias de base nos prédios reforçaram a cobrança pela revisão salarial pela categoria. A pressão feita pelo conjunto de servidores e servidoras federais é que fez o governo recuar da posição contra qualquer reajuste. Manter e ampliar a mobilização é necessário até garantirmos a reposição das perdas frente ao avanço da inflação e revertermos a queda de padrão salarial da categoria , afirma o dirigente.

Lutar até o fim; 5% é pouco, calendário por 19,99% segue com caravana a Brasí­lia

No dia 31, haverá dois atos públicos em Brasí­lia, e o Sintrajufe/RS enviará uma delegação. Em breve serão divulgadas informações sobre inscrições. Nesse dia, pela manhã, será realizado ato polí­tico no Espaço do servidor, com caminhada até o Ministério da Economia; às 14h, haverá um grande ato pela recomposição salarial no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.

Confira o calendário:
26 de maio “ Audiência Pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados (CTASP), com participação da Fenajufe e do Sintrajufe/RS;
30 de maio “ Ato pela recomposição da indenização de transporte dos oficiais de justiça em frente ao Conselho da Justiça Federal (local a confirmar)
31/5 “ Em Brasí­lia: pela manhã, ato polí­tico no espaço do servidor; à tarde, grande ato pela recomposição salarial
1º de junhoDia de pressão e mobilização no Congresso Nacional, com visita aos gabinetes dos parlamentares