SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MACHISMO

84,5% dos brasileiros e brasileiras têm algum tipo de preconceito contra as mulheres, mostra pesquisa da ONU

Nessa segunda-feira, 12, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou levantamento sobre sexismo que traz dados alarmantes. Conforme a pesquisa, 84,5% dos brasileiros e brasileiras têm algum tipo de preconceito contra as mulheres. O estudo aponta que visões distorcidas e prejudiciais às mulheres têm consequências potencialmente prejudiciais , inclusive servindo como legitimação para atos de violência fí­sica e psicológica.

A pesquisa foi feita em 80 paí­ses e abrange mais de 85% da população mundial. Segundo o levantamento, quase 90% da população mundial, sem importar de qual sexo, tem algum tipo de preconceito contra as mulheres. Os í­ndices do Brasil ficaram próximos aos de paí­ses como a Guatemala, Bielorússia, Romênia, Eslováquia, Trinidad, Tobago, México e Chile. Foram analisadas quatro dimensões sobre preconceito de gênero, em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens e discriminação: Integridade fí­sica; Educacional; Polí­tica; e Econômica.

O estudo mostra que, no Brasil, 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. Os piores indicadores no paí­s são em relação à integridade fí­sica. São avaliados a violência í­ntima e o direito à decisão de querer ou não ter filhos. 75,56% dos homens têm esse preconceito no Brasil, e 75,79% das mulheres também têm.

A partir dos dados globais, o PNDU conclui que, apesar das campanhas globais pelos direitos das mulheres realizadas nos últimos anos, o número de pessoas que têm preconceito contra as mulheres quase não diminuiu na última década. No caso do Brasil, por exemplo, a queda foi de apenas cinco pontos percentuais. Como caminho para melhorar os í­ndices, os especialistas do PNDU recomendam algumas ações: o fortalecimento dos sistemas de proteção e assistência social que atingem as mulheres, a promoção da inclusão financeira para geração de renda a longo prazo, o combate à desinformação de gênero e ao discurso de ódio e violência, e o investimento em leis e medidas polí­ticas que promovam a igualdade das mulheres na polí­tica para construir Estados sensí­veis às questões de gênero.

A diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana avalia que mesmo que saibamos o quanto as mulheres ainda são ví­timas de violência, os números da pesquisa do PNUD são muito impactantes. Eles traduzem, ainda no século XXI, como as mulheres sofrem preconceito e discriminação, e porque não são consideradas sujeitos de direitos iguais aos homens, seus corpos estão submetidos ao arbí­trio deles e igualmente à violência, ao abuso e à morte. Passamos nossa vida inteira lutando contra o machismo, a misoginia e o patriarcado. A criação do Ministério das Mulheres do atual governo foi um passo importantí­ssimo no Brasil para a promoção de mais e melhores polí­ticas públicas para diminuir esses indicadores. No âmbito sindical, no caso do PJU e MPU, aprovamos no último Congrejufe a paridade de gênero entre homens e mulheres na direção, o que já ví­nhamos observando na gestão do Sintrajufe RS. Mas ainda é necessário avançar mais, assegurando a voz e poderes de decisão para as mulheres em todos os lugares. Só assim acredito que iremos construir uma sociedade melhor e sem violência de qualquer tipo .

Com informações da CUT e do portal G1