Nessa segunda-feira, 12, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou levantamento sobre sexismo que traz dados alarmantes. Conforme a pesquisa, 84,5% dos brasileiros e brasileiras têm algum tipo de preconceito contra as mulheres. O estudo aponta que visões distorcidas e prejudiciais às mulheres têm consequências potencialmente prejudiciais , inclusive servindo como legitimação para atos de violência física e psicológica.
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A pesquisa foi feita em 80 países e abrange mais de 85% da população mundial. Segundo o levantamento, quase 90% da população mundial, sem importar de qual sexo, tem algum tipo de preconceito contra as mulheres. Os índices do Brasil ficaram próximos aos de países como a Guatemala, Bielorússia, Romênia, Eslováquia, Trinidad, Tobago, México e Chile. Foram analisadas quatro dimensões sobre preconceito de gênero, em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens e discriminação: Integridade física; Educacional; Política; e Econômica.
O estudo mostra que, no Brasil, 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. Os piores indicadores no país são em relação à integridade física. São avaliados a violência íntima e o direito à decisão de querer ou não ter filhos. 75,56% dos homens têm esse preconceito no Brasil, e 75,79% das mulheres também têm.
A partir dos dados globais, o PNDU conclui que, apesar das campanhas globais pelos direitos das mulheres realizadas nos últimos anos, o número de pessoas que têm preconceito contra as mulheres quase não diminuiu na última década. No caso do Brasil, por exemplo, a queda foi de apenas cinco pontos percentuais. Como caminho para melhorar os índices, os especialistas do PNDU recomendam algumas ações: o fortalecimento dos sistemas de proteção e assistência social que atingem as mulheres, a promoção da inclusão financeira para geração de renda a longo prazo, o combate à desinformação de gênero e ao discurso de ódio e violência, e o investimento em leis e medidas políticas que promovam a igualdade das mulheres na política para construir Estados sensíveis às questões de gênero.
A diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana avalia que mesmo que saibamos o quanto as mulheres ainda são vítimas de violência, os números da pesquisa do PNUD são muito impactantes. Eles traduzem, ainda no século XXI, como as mulheres sofrem preconceito e discriminação, e porque não são consideradas sujeitos de direitos iguais aos homens, seus corpos estão submetidos ao arbítrio deles e igualmente à violência, ao abuso e à morte. Passamos nossa vida inteira lutando contra o machismo, a misoginia e o patriarcado. A criação do Ministério das Mulheres do atual governo foi um passo importantíssimo no Brasil para a promoção de mais e melhores políticas públicas para diminuir esses indicadores. No âmbito sindical, no caso do PJU e MPU, aprovamos no último Congrejufe a paridade de gênero entre homens e mulheres na direção, o que já vínhamos observando na gestão do Sintrajufe RS. Mas ainda é necessário avançar mais, assegurando a voz e poderes de decisão para as mulheres em todos os lugares. Só assim acredito que iremos construir uma sociedade melhor e sem violência de qualquer tipo .
Com informações da CUT e do portal G1